quinta-feira, 14 de abril de 2011

e se me dissessem pra escolher um lugar pra estar agora e me dessem todas as opções do mundo: os lugares mais lindos, os hotéis mais confortáveis, as paisagens mais deslumbrantes... mesmo diante de todas as possibilidade possíveis e imagináveis, ainda sim, independete de onde fosse, eu escolheria estar com você.

-aoutra

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sejamos Gays. Juntos.

abril 12, 2011

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.
Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.
E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só :-)
Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —

sábado, 12 de março de 2011

É realmente muito egoísta esse sentimento que as pessoas chamam de amor.

segunda-feira, 7 de março de 2011

"Imagens que funcionam como uma espécie de lençol que se forma para além da superfície das imagens conscientes."

Lençol esse que te envolve durante um sono tranquilo, que de tão tranquilo parece regado por uma infinitude de sonhos. E aí os pensamentos, que de tão agitados me fazem compreender sua inquietude. Envolvente. Não os sonhos, não os pensamentos, não a inquietudade. Envolvente o seu dormir, que consegue prender-me num olhar indecifrável, misto de admiração e paixão, mas querendo mesmo traduzir-se na mesma tranquilidade do seu sono.

ao te ver dormir.

-aoutra

sexta-feira, 4 de março de 2011

De todos os mundos, todas as glórias, as tristezas, esperanças e o olhar. Aquele olhar que me faz crer que no mundo ainda existem coisas boas e pessoas para se confiar, pois de tantas as não verdades que encarei você é a não mentira mais perfeita que vivi.

E que sejam esquecidos todos os grandes feitos da humanidade se lembrados forem todos os sorrisos e lágrimas sinceras que nós, meros seres humanos, já fomos capazes de produzir. Que tudo seja o nada de uma era que se foi e o nada seja o tudo que esperamos que venha.
Pois de tudo o meu nada é você, a possibilidade de algo.

-aoriginal.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O que você vê quando se olha no espelho? Pra essa resposta, infinitas possibilidades. Tenho certeza que a maioria olharia o presente e pensaria coisas do tipo “aah, preciso emagrecer” ou “cara, tô muito gostosa” – ok, são as coisas mais óbvias. Mas não espere nada derivado do termo “óbvio” por aqui.
O que eu enxergo é um futuro com você, e nele eu sou a mesma chata que reclama quando você come muito doce, quando você come muita gordura, ou simplesmente quando você come e quer comer de novo... quando você bebe muito, ou quando você fuma. Calma, vamos aos agravantes. Nesse espelho eu ainda enxergo Lucas e eu continuo sendo a mesma chata. A mãe que reclama , a mãe que briga porque ele não lavou a louça ou porque ele atrasou o dever de casa. Você também entra na história... você acabou de comprar alguma coisa bem velha e sabe Deus porquê. Mas realmente não importa. A gente esqueça a louça, o dever de casa e tudo mais que não caiba naquele momento. Pelo que eu pude enxergar, foi um momento meio aleatório, daqueles que são marcas registradas da nossa família, sabe?
Ah, é. Caso pareça estranho para alguns, deixo claro que no meu espelho é assim que nós aparecemos. Família. Agora acho que fui longe! As imagens mais próximas ainda aparecem com pouca nitidez, assim como as mais distantes. Mas me parece ter alguma coisa a ver com estudos, trabalho, viagens. Sabe aquelas coisas que os adultos falam sobre mestrado, doutorado e universidades? Deve ser algo nesse sentido. Espera! Vejo uma certa distância entre o meu reflexo e o seu... mas quando levanto um pouco o olhar, percebo que os reflexos se reaproximam - seja lá o que isso queira dizer.
Eu ainda vejo aquele lance de decepções e erros. Mas aqui, os reflexos deles estão fortalecendo nosso relacionamento. Posso voltar pra Lucas? Essas coisas de ‘minhas mães’ acaba mexendo com uns e outros. Os espelhos parecem que começam a buscar algo além daquela imagem física e... eles parecem querer fugir do presente, mas não conseguem entender que fugir do óbvio não é assim tão fácil. Sabe... merecer pouco, precisar mais, aprender com os erros, cair, levantar, apanhar, bater, silenciar, gritar, chorar, silenciar novamente, errar mais um pouco e amar. Que sempre acabe com o amar. Sempre acaba com o amar.

-aoutra.